domingo, 30 de novembro de 2008

Ocupado demais para postar uma dica!

Ainda esta semana estarei postando mais dicas neste blog.

O próximo tema será sobre o Leite. Não percam!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Produção e Mercado do Boi gordo.

Com a chegada das chuvas cresce entre os pecuaristas de nossa região a esperança de bons negócios. A expectativa da engorda do gado e da venda do mesmo para conseguir lucro ou sanar suas dívidas começa sua contagem a partir de agora.
Começou a chover em nossa região no final de novembro. Como a maioria das fazendas não tem quase nenhuma pastagem para oferecer ao gado, vamos fazer algumas contas:
· Vamos supor que leve em média 60 dias para o pasto crescer. Sendo assim teríamos pasto a partir de 20 de janeiro.
· Supondo que a partir da data que tenha pasto (20 de janeiro) coloquemos mais 70 a 80 dias para que o gado esteja com o peso bom para a venda. Isso já seria mais ou menos no final de abril e no inicio de maio.



Observando o gráfico acima podemos fazer as seguintes constatações:
· Entre abril e junho o gado tem o seu menor preço para venda devido à grande oferta. Todo mundo vai ter gado gordo e vai ta doido para vender pra poder descansar o pasto (FASE 4). Se o pecuarista não vender o gado nesta época, ele irá emagrecer pois já vai está no período da seca (FASE 2).
· No período de outubro a fevereiro (FASE 3) o gado está magro, poucas pessoas tem gado para vender, pois vai começar as chuvas (FASE 1) e vão querer engorda o gado antes de vender. Mas é nesse mesmo período que o preço do gado está aumentando o valor tendo o seu pico entre novembro e dezembro. Isso se deve pelo fato de não ter gado gordo no mercado, fazendo o preço subir. Os frigoríficos e açougueiros não compram boi magro, o que leva os pecuarista ficar com o gado até que os mesmo voltem a engordar.
Diante disso, o que fazer para vender na FASE 3 onde o gado está com preço bom se nesta mesma época não tem capim para engordar o gado?
Simples: fazendo uma capineira agora (novembro) e ensilando, para quando chegar a seca (FASE 2) ter comida para oferecer ao gado para quando chegar final do ano (FASE 3) quando os preços estão bons, o gado possa está gordo e o pecuarista ter seus lucros aumentados.
Quanto de área eu devo plantar, o que plantar, como ensilar, quanto tempo vou ter que dar silagem, quanto de silagem por animal, qual o custo da silagem? Estas são perguntas que só um Técnico agrícola ou agrônomo pode responder.
Lembre-se da primeira postagem deste blog, será que compensa pagar um agrônomo para me dar essas informações?
Respostas: Ponha tudo na ponta do lápis (inclusive o valor da consulta do profissional), se você ver que o lucro que terá é maior que o custo da operação ou se, se não der lucro reduzir significativamente os prejuízos?
Uma coisa é certa, tecnologia existe. Só é preciso saber se é viável tecnicamente e economicamente. E não é sozinho que se muda costumes (de plantar e criar) que vem sendo praticado a mais de 30 anos.

sábado, 22 de novembro de 2008

Chuveu, e agora?

Está começando o período das águas. Após vários meses de seca, onde vários produtores e criadores perderam parte de suas lavoras e animais, está começando a fase da fartura, onde as lavouras vingam, o gado engorda, o leite aumenta.
E depois, eu pergunto? Não tornará a vir o período da seca?
Se todo ano temos esses dois períodos (da seca e das águas), a culpa da lavoura que não vingou, do gado que morre e da vaca que não da leite é de quem? De São Pedro?
Quando ainda estava na UESB estudando, fiz uma visita a uma propriedade do município de Poções. Nesta propriedade, cujo dono é um borracheiro que tem apenas o 1º incompleto, ele cria aproximadamente 500 cabeças de bode da raça BOER (raça esta destinada a carne). Eu visitei a propriedade no período da seca, a única coisa que tinha de verde lá era o sinuque do bar. Mesmo assim ele conseguia criar 500 cabeças de BOER e estava pretendendo aumentar para 1000.
Ao contrário do que muitos dos de vocês leitores estejam pensando, ele não é santo que faz milagre. Ele é apenas um simples borracheiro que teve coragem de ir até a universidade procurar por assistência técnica para salvar seu rebanho.
Meu professor me contou que a primeira vez que entrou em contato com Zé Borracheiro (o dono da propriedade) foi por telefone. Eles conversaram e meu professor disse que ele teriam que ver um dia para fazer a visita à propriedade e que o valor da consultoria dele era de 2 salário mínimo (R$ 700,00 na época). Zé Borracheiro aceitou pagar o valor sem nem mesmo pechinchar.
Moral da história:
1. Nos dias de hoje só produz quem aplica as tecnologias certas.
2. Tecnologia só é encontrada em pessoas graduadas que estudaram para poder usá-las. Se não fossem assim, as universidades estariam fechadas e os produtores só precisariam acessar a internet para conseguir as informações.
3. Não é economizando 100, 200, 500 ou 1000 reais na consulta de um profissional que você solucionará o problema de sua propriedade.
Reflitam sobre o texto acima e comessem a se fazerem as seguintes perguntas: é melhor eu ter o trabalho de fazer uma capineira e depois fazer silagem ou deixar meu gado morrer na seca? É melhor eu pagar um agrônomo para me orientar a fazer a silagem ou arriscar fazer sozinho e depois dá errado e eu perder tempo e dinheiro?
Essas mesmas perguntas valem para animais doentes, plantas doentes ou com pragas.
E uma última pergunta: quem sabe mais, eu que planto ou crio a vinte e tantos anos ou o técnico que passou 5 ou 6 anos estudando dentro de uma universidade?
Resposta da última pergunta: o produtor conhece muito a prática e o técnico possui a base teórica. Quando os dois unem forças para solucionar um problema acontece coisas fantásticas como um borracheiro criar 500 cabeça de bode de raça pura no meio da caatinga ou um agricultor colher 17.ooo kg de milho em 1 hectare ( obs: a média da região é de 500 kg).